Então e o homem, não conta?

Quem me conhece sabe perfeitamente que eu não sou grande adepto do fenómeno "Política". Mas sabem também que cá o Zé do Telhado não tolera injustiças. Pois bem, ao longo das últimas semanas prestei um pouco de atenção à campanha eleitoral com vista às Presidenciais 2006, que ontem conheceram o seu vencedor. Não sendo adepto de nenhum dos seis marmanjos candidatos, foi com isenção que li, ouvi e vi tudo o que se foi passando à volta da dita campanha eleitoral ao longo das últimas semanas. Pude então constatar que no nosso país ainda se faz, infelizmente, uma separação, se assim pudemos dizer, da raça humana. Ou seja, nesta puta desta sociedade não existe igualdade entre todos os cidadãos. É caso par dizer: «Uns são filhos da mãe, outros são filhos da puta». Mas o que me leva a escrever estas linha é o facto de na campanha eleitoral a merda da comunicação social portuguesa ter praticamente posto de lado o candidato do PCTP-MRPP Garcia Pereira. Todos os dias eu era bombardeado com: Alegre foi visitar isto; Soares esteve ali; Cavaco fez hoje uma acção de campanha no cú de judas; Louça esteve a desbobinar a cassete em tal parte; Jerónimo bateu o recorde de Robbi Williams no que toca a encher o Pavilhão Atlântico (como se eu não soubesse que o bailarino do PC pagou a uns "aspiradores" de cocaina do Casal Ventoso para ali estar de bandeira do PCP em punho a gritar as palavras da praxe). De Garcia Pereira a informação era praticamente nula. E de praticamente nula passou a nula no último dia de campanha, quando uma determinada estação de TV entrou em directo com os comícios de encerramento dos cinco manfios que acima indiquei e do Garcia...nada. Perguntei-me na altura: «Então o homem não conta? Será que não é tão candidato como os outros? Não tem direito ao mesmo tempo de antena que os outros caralhos? Pelos vistos parece que não. Mais chocado fiquei quando ontem nas várias emissões das três TV's nacionais os comentadores de serviço só falavam no Cavaco, Soares, Louça, Jerónimo e Alegre. Do Garcia, quase nada. Está certo que o homem teve uma votação de merda, mas podia ao menos ter tido um tratamento mais condigno e sobretudo isento por parte dos meios de comunicação de Portugal. E estou de acordo quando Garcia diz hoje nos jornais que a sua votação foi esta pois o seu tempo de antena esteve muito longe do que foi dado aos outros gajos. É certo e sabido que os meios de comunicação têm uma influência enorme junto das pessoas, mas também não é menos certo que os dignissimos jornalistas (cambada de cabrões) deste país poderiam ter em conta este factor e fazer então um trabalho mais isento. Deixa lá Garcia, para a próxima dou-te o meu voto, nem que seja apenas por solidariedade contigo, pois o Zé do Telhado está sempre ao lado dos mais injustiçados pela puta da sociedade.